Na última quinta-feira, o dólar experimentou uma alta significativa em relação ao real, após a decisão do Copom de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 13,25% ao ano.
Comportamento da Divisa Americana
A divisa americana comercial fechou com avanço de 1,94%, a R$ 4,898 na compra e R$ 4,899 na venda, chegando a R$ 4,90 na máxima do dia.
Juros e Estratégias de “Carry Trade”
O nível dos juros é apontado como um apoio para o real ao torná-lo mais atraente para estratégias de “carry trade”, que buscam lucrar com diferenciais de custos de empréstimo entre economias.
Perspectivas do Mercado
Apesar do corte, alguns participantes do mercado argumentam que a Selic continuará restritiva, suportando a moeda brasileira, enquanto prevalece uma visão otimista sobre a conjuntura doméstica.
A visão é que o corte de juros favorece a entrada de fluxo estrangeiro em renda variável, compensando a menor atratividade do carry trade.
Análise de Especialistas
Conforme apontou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, à Reuters, “o impacto no mercado de câmbio acaba sendo um pouco limitado pela forte sinalização que o BC deu de que não pretende acelerar o ritmo de cortes”, ao mesmo tempo que parte do risco de um corte menos parcimonioso da Selic já havia sido precificado pelos operadores.
Considerações Políticas
A forte alta do dólar pode também refletir preocupações sobre a possível influência política no Copom, principalmente devido à pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A respeito disso, Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX, disse:
“O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teve uma mudança bastante significativa de postura em relação à última decisão do Copom, quando houve unanimidade entre os diretores para que se mantivesse estável a taxa Selic em um comunicado duro, sem sequer citar a possibilidade de reduções futuras da taxa de juros”.