O que mais existe na Internet é análises sobre desempenhos passados de empresas que dispararam 30%, 40% e até 100%, porém, o que ninguém fala para você é que, em 99% dos casos em que movimentos desse tipo ocorrem, o mais normal é que essas ações venham a cair muito forte depois dessas altas, até porque desempenho passado NUNCA é garantia de desempenho futuro no mercado de ações!
Sabendo disso, criamos esse artigo que te ensinará um “passo a passo” de como avaliar em quais ações manter seus olhos bem abertos no sentido de começar a avaliar pontos de compra para formação de sua carteira de ações arrojada!
Antes de iniciar o “Passo a Passo”, é importante ressaltar algo importante: investir em ações é uma forma arrojada de investimento que envolve riscos, e sabendo disso, algumas das formas de você analisar ações, envolverá você se informar sobre as questões financeiras e administrativas das empresas, pois no fim, é bom lembrar que comprar ações nada mais é do que se tornar sócio da empresa, então, lembre-se sempre de seguir a boa prática de analisar os números da empresa com cuidado para ter maior segurança, sendo que algumas das análises a serem feitas fazem parte do Guia que montamos abaixo:
– A Empresa tem um Posicionamento com Vantagens Competitivas frente aos concorrentes?
Essa parte é muito importante, pois dentro da Bolsa de Valores, existem muitas ações que fazem parte do mesmo Setor da Economia, dessa forma, um quesito a ser avaliado é o posicionamento da empresa analisada frente às demais, no sentido de força, competitividade, alcance geográfico, etc.
– A empresa tem Histórico Consistente de Lucros, preferencialmente Crescentes?
Nenhuma empresa que se preze pode ser considerada BOA, sem ser efetivamente lucrativa, e por longos anos! Vivemos a era de empresas que queimam montanhas de dinheiro e que muitos consideram promissoras, mas gostamos de crer no sistema que dá total preferência a empresas que já se provaram no tempo, e nada é mais indicador disso do que lucros consistentes e que, de preferência, vêm numa tendência ascendente!
– A empresa tem Margens de Lucro elevadas?
Isso é CRUCIAL!!! Não importa a empresa faturar bilhões, se a margem líquida é 1%. Por que? Porque caso ela venha a ter alguma forma de instabilidade, seja interna, seja do mercado, isso já cria um risco real dela entrar na faixa do “prejuízo operacional”, e isso é algo bastante ruim no longo prazo. Dê preferência para empresas que tenham margens confortáveis de lucro!
– A empresa tem baixo endividamento e/ou com perfil de risco baixo?
Essa é uma análise não trivial mas muito importante também. Muitas empresas, durante sua fase de expansão, ou mesmo em momentos favoráveis, acabam por emitir dívidas no mercado para financiar sua expansão ou para reforçar o caixa. Não tem nada de errado ou incomum nisso. O seu papel como investidor, é avaliar coisas como: qual o valor da dívida frente ao faturamento? Qual o prazo dessa dívida (quanto mais longo, melhor), qual a taxa de juros média? Com informações como essa, você consegue avaliar o risco futuro dessa dívida se tornar um problema para a empresa.
– A Empresa é forte geradora de Caixa?
Esse é um quesito ignorado por muitos, mas absolutamente crucial, especialmente em análises de sustentabilidade de longo prazo da empresa. Empresas que geram muito caixa, ou seja, tem faturamento muito alto, e constante ao longo do ano, tem ótimas condições de lidar com instabilidades pontuais relativas a problemas no mercado, ou mesmo com relação ao fluxo de vencimento de dívidas, pois constantemente possui volumes grandes de dinheiro entrando no Caixa da empresa e, com isso, consegue organizar fluxos de pagamento com maior facilidade sem precisar recorrer a financiadores externos.
– A Empresa tem “Valuation” (análise de Múltiplos) dentro do adequado?
Para quem não sabe, Valuation um procedimento onde são aplicados diversos métodos e técnicas de avaliação de uma ação da empresa ou ativo, permitindo ver se vale a pena investir neles. Uma das formas mais usada de avaliar isso, é pelos chamados “Múltiplos” da empresa, e o que é mais comumente usado é o do P/L, ou Preço / Lucro, que nada mais é do que dividir o Valor de Mercado da Empresa (somatória de todas as ações negociadas e na mão dos controladores), pelo Lucro da mesma. Supondo uma empresa que tem Valor de Mercado de R$1 bilhao, e que lucrou R$50 milhões, P/L: de 20x. No fim das contas, essa avaliação não é exata, e sim indireta, mas em resumo, quanto maior o P/L da empresa, mais “cara” ela está, mas lembre-se sempre: nada impede que algo que esteja caro, fique mais caro, nem algo que esteja barato, fique mais barato!
Nesse pequeno “passo-a-passo” detalhamos alguns dos principais pontos a serem avaliados quando da escolha de um ativo para se adquirir no mercado de ações. Ainda assim, recomendamos que você estude com carinho esses e outros quesitos a serem analisados, pois somente assim, você conseguirá tomar decisões mais tecnicamente adequadas e, dessa forma, reduzir o potencial risco médio de sua carteira!